Depois de um início de ano atribulado, a última semana de janeiro permitiu alguma recuperação à renda variável brasileira. O Ibovespa subiu 6,29%, voltando aos 61 mil pontos. Graças, sobretudo, aos incentivos do Federal Reserve.


Ubirajara Costa, diretor da Máxima DTVM, lembra que “uma tentativa nítida de conter a recessão sempre ajuda”. Na mesma linha, o analista do BB Investimentos Hamilton Moreira atribui parte dos ânimos ao BC dos EUA: “o corte de 1,25 ponto percentual na Fed Funds Rate em janeiro fez diferença”.


A diferença, porém, ainda não é suficiente para atender aos pedidos dos investidores. “É raro o mercado ficar satisfeito”, afirma Ubirajara. “Essa crise ainda promete muitas perdas, e o ambiente está complicado para o trader”.


Hamilton Moreira também evita visões excessivamente otimistas, e avisa: “pode esperar alguns solavancos nos próximos pregões”. Segundo ele, o Ibovespa está em uma zona abaixo da verificada nos melhores dias de 2007: “superar novamente os 63 mil pontos agora é difícil”.


Menos complicado

Difícil principalmente na próxima semana, encurtada no Brasil pelo Carnaval. A Bovespa não abre segunda e terça-feira, deixando o volume de negócios bem mais tímido. “Muitos vão emendar o feriado. Além disso, o mercado não está ajudando”, interpreta Ubirajara Costa.


A despeito das sessões iminentes, o agregado do segundo mês do ano deve apontar performance melhor que a de janeiro, quando o Ibovespa caiu 6,88%. Segundo projeções de Hamilton Moreira, “aguardamos uma pequena recuperação em fevereiro, com o índice se aproximando dos 61 mil pontos”. Para o fim do ano, o BB Investimentos projeta 83 mil pontos.

Suporte macro
Hamilton defende um ponto de vista positivo em relação ao cenário macroeconômico internacional, com os EUA voltando rapidamente a um crescimento razoável. Para tanto, não faltarão políticas conjuntas: “afinal, o mundo todo quer consertar o problema”.
No Brasil, a maior ameaça não merece tanta preocupação. Após certo impulso neste início de 2008, “a inflação tende a permanecer perto da meta”. O analista do BB considera até mesmo a hipótese de “uma queda da Selic no segundo semestre”. (Rodolfo Cirne Amstalden – InfoMoney) 

Fonte: http://www.assprevisite.com.br/Clipping361256.html